Resenha: Se Eu Ficar

20/05/2020

Recentemente li pela segunda vez esse maravilhoso "filho" da Gayle Forman e percebi como é fácil que ela acabe se tornando uma das minhas autoras favoritas.

Sinopse: A jovem musicista Mia tem uma brilhante carreira pela frente, o que lhe gera dúvida entre dedicar-se integralmente à carreira, na famosa escola Julliard, ou a Adam, seu amor. Porém, a vida lhe traz uma surpresa. Mia sofre um grave acidente de carro, perde a família e fica à beira da morte. Em coma, ela reflete sobre o passado e o futuro que pode ter, caso sobreviva.

Resenha: Gayle tem uma escrita suave e atrativa, sempre nos fazendo querer mais daquilo que está nos apresentando.
 Se Eu Ficar é, tecnicamente, o queridinho da autora, já tendo virado filme em 2014 - estrelado por Chloe Grace Moretz e Jamie Blackley -, também possuindo uma continuação (ainda apenas em livro) intitulada Para Onde Ela Foi. A trama contará a história de Mia e suas paixões: família, o namorado Adam, sua melhor amiga Kim e por último, mas não menos importante, o violoncelo.

[...] me deparei com o violoncelo durante as aulas de música e ele me pareceu mais humano. Parecia que, ao tocá-lo, ele lhe contaria segredos, então não hesitei. Isso já faz dez anos e, desde então, nunca parei.

Quando Mia, seus pais e seu irmãozinho decidem sair para um passeio de carro, tudo aquilo que ela achava estar tomando rumo se transforma num pesadelo. Sua mãe está sendo colocada em um  saco preto e tudo o que ela ainda pode ouvir é a música clássica que de alguma forma ainda toca no rádio do carro destruído.
 Após o acidente, Mia se vê numa espécie de "plano" diferente dos demais, onde ela pode ver o próprio corpo na cama de hospital - além de observar reações e atitudes de todos ao seu redor que não a vêem. Estar nesse plano lhe dá a oportunidade de ver o sofrimento de seus parentes e amigos quando estes chegam ao hospital.

O livro é dividido em duas partes: os flashback's de Mia sobre acontecimentos que a marcaram no passado e o tempo atual, no hospital. Quando a autora propõe essas intercaladas entre o passado e o presente conseguimos, aos poucos, adentrar a história e nos apegar aos personagens como um todo.
 A relação de Mia e Adam acaba sendo um dos focos principais do livro, nos dando aquele romance e reflexões sobre como o amor age sobre duas pessoas que tendem a tomar rumos diferentes. Será que é verdadeiro? Se sim, isso significa que suportará uma distância enorme ou uma falta de tempo? E, claro, a pergunta que não quer calar: o amor desses dois suportará essa linha tênue entre a vida e a morte onde Mia se encontra?

 E, mesmo sem saber quem somos e o que aconteceu, elas rezam por nós. Posso sentir suas orações.

A decisão de ficar ou partir é total e somente de Mia, mas é inevitável que não seja influenciada pelos sentimentos daqueles que ainda vivem e querem muito sua volta. Como Adam.

Mia não sente vontade de ficar num mundo sem sua família mas tão pouco consegue se imaginar longe de seu violoncelo e suas outras paixões - o instrumento traduz seus sentimentos, é sua consciência e já faz parte de seu ser.

 Mas agora também consigo sentir tudo o que tenho na minha vida, e isso inclui tudo o que perdi bem como o desconhecido que a vida poderá me trazer. É demais para mim. Os sentimentos se acumulam, ameaçando escancarar meu peito. A única forma de sobreviver a isso é me concentrar na mão de Adam, que está segurando a minha.

Um livro emocionante e envolvente, que nos deixa com vontade de continuar ali presente na história mesmo quando sabemos que acabou. Mas realmente acabou? Gayle sabe como nos prender com maestria; acredite, ela ainda tem muitas outras cartas na manga.
                              
                                        
                                                                                                             Pieme Ariel.

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