
Resenha: Se Eu Ficar
Recentemente li pela segunda vez esse maravilhoso "filho" da Gayle Forman e percebi como é fácil que ela acabe se tornando uma das minhas autoras favoritas.
Sinopse: A jovem musicista Mia tem uma brilhante carreira pela frente, o que lhe gera dúvida entre dedicar-se integralmente à carreira, na famosa escola Julliard, ou a Adam, seu amor. Porém, a vida lhe traz uma surpresa. Mia sofre um grave acidente de carro, perde a família e fica à beira da morte. Em coma, ela reflete sobre o passado e o futuro que pode ter, caso sobreviva.
Resenha: Gayle tem uma escrita suave e atrativa, sempre nos fazendo querer mais daquilo que está nos apresentando.
Se Eu Ficar é, tecnicamente, o queridinho da autora, já tendo virado filme em 2014 - estrelado por Chloe Grace Moretz e Jamie Blackley -, também possuindo uma continuação (ainda apenas em livro) intitulada Para Onde Ela Foi. A trama contará a história de Mia e suas paixões: família, o namorado Adam, sua melhor amiga Kim e por último, mas não menos importante, o violoncelo.
[...] me deparei com o violoncelo durante as aulas de música e ele me pareceu mais humano. Parecia que, ao tocá-lo, ele lhe contaria segredos, então não hesitei. Isso já faz dez anos e, desde então, nunca parei.
Quando Mia, seus pais e seu irmãozinho decidem sair para um passeio de carro, tudo aquilo que ela achava estar tomando rumo se transforma num pesadelo. Sua mãe está sendo colocada em um saco preto e tudo o que ela ainda pode ouvir é a música clássica que de alguma forma ainda toca no rádio do carro destruído.
Após o acidente, Mia se vê numa espécie de "plano" diferente dos demais, onde ela pode ver o próprio corpo na cama de hospital - além de observar reações e atitudes de todos ao seu redor que não a vêem. Estar nesse plano lhe dá a oportunidade de ver o sofrimento de seus parentes e amigos quando estes chegam ao hospital.
O livro é dividido em duas partes: os flashback's de Mia sobre acontecimentos que a marcaram no passado e o tempo atual, no hospital. Quando a autora propõe essas intercaladas entre o passado e o presente conseguimos, aos poucos, adentrar a história e nos apegar aos personagens como um todo.
A relação de Mia e Adam acaba sendo um dos focos principais do livro, nos dando aquele romance e reflexões sobre como o amor age sobre duas pessoas que tendem a tomar rumos diferentes. Será que é verdadeiro? Se sim, isso significa que suportará uma distância enorme ou uma falta de tempo? E, claro, a pergunta que não quer calar: o amor desses dois suportará essa linha tênue entre a vida e a morte onde Mia se encontra?
A decisão de ficar ou partir é total e somente de Mia, mas é inevitável que não seja influenciada pelos sentimentos daqueles que ainda vivem e querem muito sua volta. Como Adam.E, mesmo sem saber quem somos e o que aconteceu, elas rezam por nós. Posso sentir suas orações.
Mia não sente vontade de ficar num mundo sem sua família mas tão pouco consegue se imaginar longe de seu violoncelo e suas outras paixões - o instrumento traduz seus sentimentos, é sua consciência e já faz parte de seu ser.
Mas agora também consigo sentir tudo o que tenho na minha vida, e isso inclui tudo o que perdi bem como o desconhecido que a vida poderá me trazer. É demais para mim. Os sentimentos se acumulam, ameaçando escancarar meu peito. A única forma de sobreviver a isso é me concentrar na mão de Adam, que está segurando a minha.
Um livro emocionante e envolvente, que nos deixa com vontade de continuar ali presente na história mesmo quando sabemos que acabou. Mas realmente acabou? Gayle sabe como nos prender com maestria; acredite, ela ainda tem muitas outras cartas na manga.
Pieme Ariel.