Resenha: Para Onde Ela Foi

Para Onde Ela Foi é a continuação do célebre livro de Gayle Forman, Se Eu Ficar (Resenha: Se Eu Ficar), que contará aos olhos de Adam toda a história vivida por ele e Mia.

Sinopse: Meu primeiro impulso não é agarrá-la nem beijá-la. Eu só quero tocar sua bochecha, ainda corada pela apresentação desta noite. Eu quero atravessar o espaço que nos separa, medido em passos - não em milhas, não em continentes, não em anos -, e acariciar seu rosto com um dedo calejado. Mas eu não posso tocá-la. Esse é um privilégio que me foi tirado. Com a mesma força dramática de Se Eu Ficar, agora pela voz de Adam, Para Onde Ela Foi expõe o desalento da perda, a promessa da esperança e a chama do amor que renasce.

Resenha: O livro possui uma pegada bastante melancólica por conta de toda a personalidade do narrador e de sua sensação de abandono com a forma como as coisas se seguiram depois de Mia ter acordado do coma. Com o fim intrigante do primeiro livro resta agora a Adam nos dizer o que aconteceu quando Mia Hall abriu os olhos naquele dia no hospital.

 Ainda assim, sinto necessidade de me lembrar da temporalidade de um dia, me assegurar de que passei pelo dia de ontem, que vou passar pelo dia de hoje.

Três anos se passaram e a banda de Adam, Shooting Star, tem feito uma explosão de sucesso pelo mundo com as músicas que o próprio Adam compôs em seus momentos mais depressivos. Porém, os outros integrantes da banda e ele já não possuem mais o mesmo vínculo - a mídia decidiu priorizar apenas o autor das músicas comoventes e isso acaba afastando os membros do grupo.
 Após sobreviver ao acidente que matou toda sua família, Mia decide deixar para trás todos os vestígios dessa tragédia - incluindo Adam - e sair em busca de uma nova vida. Quando Adam percebe que foi "descartado" pela garota que amava tudo começa a desmoronar - para ele, o mundo já não tem mais sentido ou cor.

 Então é assim que ficou? É assim que 'eu' fiquei? Uma contradição ambulante, sou cercado por gente e me sinto sozinho. Clamo por um pouco de normalidade, mas agora que tenho um pouco, é como se não soubesse o que fazer com isso, não sei mais como ser uma pessoa normal.

Em meio a todos os shows e viagens, a banda vai parar em Nova Iorque, onde Mia também tem feito sucesso como violoncelista. É lá que haverá o reencontro de Adam e Mia, repleto de sentimentos confusos e intensos.

O livro, em minha opinião, acabou destacando um lado mais romântico da história do que Se Eu Ficar, pois já não se trata de famílias, amigos e colégio. São agora dois adultos com experiências diversas cuja paixão se esmaeceu e, sem que percebessem, tornou a se acender nesse reencontro.

 É como ver Mia através de um prisma, e ela é basicamente a menina que eu conhecia, mas algo mudou, os ângulos estão errados, então agora a ideia de eu tocar uma Mia que dorme não é doce ou romântica. É invasiva.

[SPOILER SOBRE O PRIMEIRO LIVRO (e também sobre o segundo)]
No final do primeiro livro, Adam promete a Mia que fará qualquer coisa se ela ficar, até mesmo sumir de sua vida. A promessa retorna com tudo em Para Onde Ela Foi. Mia, de alguma forma, ouviu claramente esta promessa quando estava naquela espécie de plano diferente e decidiu aceitá-la - mesmo que com raiva por aquilo que se sucedeu ao casal.
 Adam, até então, não achava que ela realmente estivesse seguindo com sua palavra e quando descobre, o baque é enorme. Ele a culpava; ela o culpava. Mas apesar de toda a raiva e toda a tristeza que sentiram por três anos é inegável que ainda necessitam do toque um do outro; da presença um do outro. Agora todo esse tempo e distância serão recompensados de alguma forma. A música deles está sendo reescrita - este é o novo compromisso deles.
 Esta é uma história intensa e memorável para os fãs de Gayle Forman - a rainha em criar, com maestria, uma bela união de amor e música.


                                                                                                         Pieme Ariel.