Resenha: Amanhã Você Vai Entender 

O livro começa com uma famosa citação de Albert Einstein : "A experiência mais bela que podemos ter é o misterioso." Só aí já entendemos : a autora não está para brincadeira. 

Sinopse:

A jovem Miranda Sinclair precisa desvendar um enigma na Nova York do final da década de 1970. Em Amanhã você vai entender, seu melhor amigo é agredido na rua, um estranho pode ter invadido a casa dela e uma série de bilhetes, que ela não compreende nem tampouco sabe quem escreve, alerta sobre a morte de alguém. Alguém que ela poderá ajudar a salvar.

À medida que as mensagens chegam, Miranda percebe que quem as escreve sabe de detalhes de sua vida que ninguém deveria saber. E, conforme as peças do quebra-cabeça se encaixam, ela finalmente percebe que a resposta sempre esteve ali, bem em sua frente - mas o tempo é ardiloso: guarda hoje momentos que só amanhã você vai entender.

Seu primeiro bilhete estava escrito em letras miúdas, em um pequeno quadrado de papel cartão que parecia ter sido molhado. Eu estava arrumando a mochila para a escola quando percebi algo saindo do livro que eu pegara na biblioteca e não me dera o trabalho de ler - sobre uma vila de esquilos, ou talvez ratos."

Miranda vive com sua mãe num pequeno apartamento onde ambas se divertem com o padrasto e vizinhos da garota. Ao longo do livro, vemos a construção de diversas amizades de Miranda, como Sal (sendo, na minha opinião, a amizade entres os dois a mais bonita). Os conflitos adolescentes combinados com o mistério dos bilhetes transformam a trama num excêntrico livro aventureiro - onde as aventuras estão ali mesmo, no cotidiano adolescente. 

 Cada personagem traz à tona uma personalidade forte e singular que contribui para o famoso sentimento de que você está ali presente na cena. Vemos uma simples garota em sua rotina de estudar e estar com a família introduzir seus pensamentos críticos às atitudes dos outros ao seu redor e da sociedade como um todo. Ao passo que um suspense se desenrola como plano de fundo. 

Mamãe diz que todos nós temos um véu que nos separa do restante do mundo, como o que as noivas usam no dia do casamento. Só que esse é invisível. Andamos felizes com um véu invisível no rosto. O mundo fica um pouco borrado, mas gostamos dele assim."

Para mim, o mistério dos bilhetes proféticos não são exatamente a ideia central mas sim toda a bagagem de ideias que trás consigo - como a viagem no tempo e outros assuntos discutidos por Miranda e seus amigos. 

A expressão "viagem no tempo" te deixou curioso? Então sem mais "aindas", corre ler esse livro!

Bem, é simples amar alguém. Mas é difícil saber quando é preciso dizer isso em voz alta."

                                                                                                            Pieme Ariel.