
Resenha: A Invenção de Hugo Cabret
Hugo Cabret é provavelmente um dos meus livros preferidos, com todas as suas ilustrações e vivacidade no enredo. O clima parisiense, somado a uma breve história do cinema consegue nos trazer uma paz e um afago para os corações.
Sinopse: Prepare-se para entrar em um mundo onde o mistério e o suspense ditam as regras.
Hugo Cabret é um menino órfão que vive escondido na central de trem de Paris dos anos 1930. Esgueirando-se por passagens secretas, Hugo cuida dos gigantescos relógios do lugar: escuta seus compassos, observa os enormes ponteiros e responsabiliza-se pelo funcionamento das máquinas.
A sobrevivência de Hugo depende do anonimato: ele tenta se manter invisível porque guarda um incrível segredo, que é posto em risco quando o severo dono da loja de brinquedos da estação e sua afilhada cruzam o caminho do garoto.
Um desenho enigmático, um caderno valioso, uma chave roubada e um homem mecânico estão no centro desta intrincada e imprevisível história, que, narrada por texto e imagens, mistura elementos dos quadrinhos e do cinema, oferecendo uma diferente e emocionante experiência de leitura.
Onde encontrar o livro: https://www.saraiva.com
https://www.amazon.com
https://www.submarino.com
Resenha: A Paris dos anos 30, cheia de aventuras e mistério, é local de trabalho do menino Hugo, o garoto que se apaixonou pelos mecanismos das máquinas e suas belezas.
O contexto é perfeito: o cinema, os brilhos da cidade e as movimentações eternas na estação do metrô.
Veio a manhã. Como sempre, os relógios estavam à espera.
Esta brilhante história de Brian Selznick recria o universo de George Méliès a partir do momento em que um autômato é esquecido no sótão do museu. Em realidade, o autômato foi desprezado até enfim ser jogado fora. Mas por que não imaginar diferente? Que um garoto órfão, que ajusta os ponteiros dos grandes relógios do metrô, possa ter encontrado esta relíquia?
A narração é envolvente e totalmente emocionante, tanto quantos as ilustrações dos desenhos e as fotografias...Nos faz entrar na história e ver de perto as atrações.
O autor nos traz, além de tudo, a sua versão da vida parisiense do cinema - todos os aspectos nos dão a vontade de estar lá: entrar escondido no cinema, ver os cartazes dos filmes e contemplar suas maestrias no telão. Quando as cortinas e fecham, a magia não acaba ali: você a leva consigo embora.
[CURIOSIDADE PARA VOCÊ SE INTERESSAR MAIS AINDA PELO LIVRO!]
Georges Méliès, para quem drasticamente ainda não sabe, realmente existiu. Se tornou um dos mais famosos mágicos ilusionistas da França e foi também o criador do primeiro filme de ficção científica da história, "Viagem à Lua" (1902). A história de Méliès com o cinema começa com os irmãos Auguste e Louis Lumière, quando estes apresentaram o seu “cinematógrafo” à cerca de 30 pessoas em 1895, em Paris. Os irmãos Lumière que acabavam de inventar o cinema sem querer deram uma ideia ao mágico Méliès que viu no cinematógrafo uma boa maneira de mostrar sua arte.
Infelizmente, como aconteceu a muitos outros gênios dessa época, Méliès morreu sem ter o reconhecimento devido. Seu teatro foi a falência e foi obrigado a vender parte de seus filmes para fábricas de celulóide, que os derretiam para fazer sapatos. Boa parte de seus filmes foram destruídos pelo próprio Méliès.
Em muitos aspectos da sociologia, por exemplo, vemos a posição do homem e da máquina como uma coisa só - e esta coisa é negativa. Mas para o personagem Hugo, essa é a mais pura beleza; as máquinas têm seu propósito no mundo, quebradas ou consertadas, estão aqui por alguma razão.
Às vezes eu venho aqui, de noite, mesmo quando não estou cuidando dos relógios, só para olhar a cidade. Sabe, as máquinas nunca têm peças sobrando. Elas têm o número e o tipo exato de peças que precisam. Então, eu imagino que, se o mundo inteiro é uma grande máquina, eu devo estar aqui por algum motivo. E isso quer dizer que você, também, deve estar aqui por algum motivo. - Hugo Cabret.
E não somos diferentes, temos nossas engrenagens para fazer o que nascemos para fazer. Hugo mostra isso ao brilhante Méliès, à Isabelle, e aos leitores. Nossos agradecimentos, Hugo Cabret.
Por: Pieme Ariel.